TEJO
Lindo, largo, ledo Tejo, pelo estuário avanças, magnífico! Não desces, lânguido e mortiço arroio que à foz se escoa vindo morrer... Impetuoso invades, com vigor e sal, em ondas que as margens tocam, vencedoras. De luz, golfinhos e aventuras brindas, profundo, áureo, valoroso, forte, Lisboa, nívea princesa, cidade amada. És guardião fiel de garças, andorinhas, alfaiates, cegonhas e suas crias. Das aves, carinhoso poiso e recanto amigo. Em planícies verdes, tal lençol macio, que suave desliza, refulgindo ao sol, terras alimentas -- fonte de riqueza. Mas é aqui que mais te sinto nosso, neste oceânico ondular azul, luzindo à claridade branca da manhã, Nesta incessante agitação que os cacilheiros cruzam, empenhados, corajosos lutadores contra a corrente, Neste marulhar audaz que nos inspira, nos nomes dos Combatentes recordados, no Mosteiro, no Bugio, em S. Lourenço,
Neste ritmado afagar das pedras lioz do Baluarte do Restelo celebrado e das finas areias de Belém, Neste cenário que se abre, majestoso, povoado de gaivotas a planar, em altos voos a bradar, nos céus, Saudando a nobre gente lusitana e seus feitos de ontem, de hoje e de amanhã, na descoberta dos novos mundos do Mundo!
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