Refere-se, tal apresentação, a William Saroyan, cujas palavras, ainda agora recordadas, me deixam um nó na garganta.
Este conto, “O Riso”, é certamente de mestre! Como o é “Da terra donde eu venho as pessoas são bem-educadas”, que me fez olhar as Harley Davidson com os olhos do sonho, e cuja lembrança me atraiu ontem à noite para a lombada deste livrito em papel amarelado, que dá pelo surpreendente título de “O Índio do Packard”.
Já anteriormente me interessara por Saroyan, aquando da primeira leitura desta colectânea. Sentira-me, então, profundamente tocada pela sua escrita, e procurara conhecer o autor e a sua obra.
Aprendi, na ocasião, que William Saroyan nasceu em Fresno, Califórnia, em 1908, filho de um emigrante arménio que faleceu tinha William apenas dois anos de idade. Tendo passado vários anos em orfanatos, aos dezasseis Saroyan decidiu ser escritor. E, desde então, até falecer, em 1981, criou uma extensa obra literária, na qual se incluem contos (de carácter essencialmente autobiográfico), novelas, romances, peças teatrais, ensaios e memórias.
Pela peça “The Time of Your Life”, foi-lhe atribuído o prémio Pulitzer, em 1939 – galardão que recusou com o fundamento de que “a riqueza não tem o direito de patrocinar a arte”. Aceitou receber, no entanto, o New York Drama Critics Circle Award.
Relativamente ao seu estilo, pode ler-se, na Biografia de William Saroyan inserta no Authors’ Calendar do site Pegasos:
“(…) as suas histórias celebravam o optimismo perante as atribulações e dificuldades da época da Depressão. Vários trabalhos de Saroyan basearam-se nas suas próprias experiências, embora a sua abordagem dos factos autobiográficos possa ser considerada poética. O seu conselho a um jovem escritor foi o seguinte:” Tenta aprender a respirar profundamente; a saborear realmente a comida, quando comes; a dormir realmente, quando dormes. Tenta ao máximo estar completamente vivo, com todo o teu poder, e quando te rires, ri perdidamente.” Saroyan trabalhou incansavelmente no sentido de aperfeiçoar um certo estilo de prosa, que resultou cheio de entusiasmo pela vida, com pendor impressionista. O estilo tornou-se conhecido como “Saroyanesque”.”
George Gershwin, Rhapsody in Blue, com Bernstein ao piano
1ª Parte
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