segunda-feira, 16 de abril de 2012



 TEJO

Lindo, largo, ledo Tejo,
pelo estuário avanças, magnífico!

Não desces, lânguido e mortiço
arroio que à foz se escoa vindo morrer...

Impetuoso invades, com vigor e sal,
em ondas que as margens tocam, vencedoras.

De luz, golfinhos e aventuras brindas,
profundo, áureo, valoroso, forte,
Lisboa, nívea princesa, cidade amada.
  
És guardião fiel de garças, andorinhas,
alfaiates, cegonhas e suas crias.
Das aves, carinhoso poiso e recanto amigo.

Em planícies verdes, tal lençol macio,
que suave desliza, refulgindo ao sol,
terras alimentas -- fonte de riqueza.

Mas é aqui que mais te sinto nosso,
neste oceânico ondular azul,
luzindo à claridade branca da manhã,

Nesta incessante agitação 
que os cacilheiros cruzam, empenhados,
corajosos lutadores contra a corrente,

Neste marulhar audaz que nos inspira, 
nos nomes dos Combatentes recordados,
no Mosteiro, no Bugio, em S. Lourenço,
Neste ritmado afagar das pedras lioz
do Baluarte do Restelo celebrado
e das finas areias de Belém,

Neste cenário que se abre, majestoso,
povoado de gaivotas a planar,
em altos voos a bradar, nos céus,

Saudando a nobre gente lusitana
e seus feitos de ontem, de hoje e de amanhã, 
na descoberta dos novos mundos do Mundo!

Ilona Bastos