sábado, 19 de maio de 2012



SINO SONANTE
( tão longe, tão perto)


Mais sentido faz do que tudo o resto
O soar tão próximo do sino distante
Em badalar sonante lá no campanário.

Condiz o seu som com o azul do céu
Tão longe, tão perto, tão perto, tão longe,
Com o cantar das aves tão atarefadas
A esvoaçar por entre as ramagens,
Com o soprar do vento tão alvoroçado
Fluindo ligeiro pelas verdes copas,
Com o dançar das águas tão agradecidas
Em ondas brilhantes que alegram o lago.

Tudo se conjuga na manhã de Maio
Tão longe, tão perto, tão perto, tão longe,
E de fora ficam: brigas, desencontros,
Ódio, desamor, guerras e paixões.
Nada mais existe pois foi apagado
Pelo som do sino, tão perto, tão longe,
Clamando: Eu existo sim, não sou ilusão.
Sou a realidade, o resto é ficção.

E volta a tocar, tão longe, tão perto...
O sino me chama, o sino reclama,
O sino tem alma, o sino me acalma.
Horizonte de som no fim da paisagem
O sino sonante é mais que miragem.

Ilona Bastos