A Roseira
Cuido dela com ternura e observo-a carinhosamente.
É a minha amiga no trabalho.
Há duas semanas, depois das férias, os ramos tornaram-se pálidos, as folhas esmaeceram e muitas delas caíram.
Penso que foi por excesso de água. A senhora que a regara durante as férias continuou, possivelmente, a fazê-lo. E também eu a reguei, sem saber desta duplicação.
Foi triste ver a roseira despida, debilitada, a sua vida em suspenso.
Resolvi tratar do assunto: escoei bem o líquido em excesso e deixei a planta repousar.
No dia seguinte, verifiquei, com satisfação, que os ramos estavam mais verdes. E poucos dias volvidos toda a roseira apresentava sinais de renascimento. Ao longo dos caules, incluindo os agora espetados na terra, de cima a baixo, começaram a rebentar folhas, naquele verde tão impregnado de vida que nos emociona.
A cada nova manhã me encanto com a riqueza e exuberância desta pequena roseira plantada no vaso que se encontra em cima da minha secretária.
Olhá-la, leva-me a dar graças a Deus, a louvá-lo e agradecer-lhe o milagre da vida. E compreendo finalmente: se Deus cuida dos lírios do campo, se Deus está com esta pequena e frágil planta, como não estará connosco? Como não cuidará de nós? Só se não o permitirmos, evidentemente. Se não lhe abrirmos o nosso coração e o nosso ser.
Detenho a minha atenção nos dois ramos cortados da planta doente e plantados directamente na terra. Já apresentam muitas folhinhas novas – eles, que pareciam dois pauzinhos sem futuro.
Meu Deus! Que prazer é vê-la agora! Emociona-me e, na verdade, dá-me que pensar.
Ilona Bastos