quinta-feira, 31 de março de 2011


ELES

Soam cornetas, clarins,
Tambores rufam, tresloucados,
E ufanos, emproados,
Eis os actores que se agitam.
Vozes gritam, retumbantes,
Perorando, sapientes,
Sábios doutores, reis das gentes,
Que o saber ao mundo ditam.
Mil glórias, vaidosos, clamam,
De rastos, modestos, coram,
De improviso abrilhantam
Discursos que a si encantam
E  à socapa decoram.
Sabem rir quando é preciso,
E chorar na ocasião.
Suaves, doces, emotivos,
Rudes ou persuasivos,
Negam ao povo o seu pão.

Ilona Bastos

Serei injusta? Mas ao observá-los, ontem,  na A.R. - os seus gritos, risos, esgares - recordei-me deste escrito antigo, com quase 30 anos. Tudo muda - nada muda...

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