quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Depois de cruzarmos os portões do jardim, decidimos ir buscar pão para o jantar.
A padaria, do outro lado da rua, foi uma surpresa agradável: pequena, branca e perfumada.
Apesar das paredes em mármore rosado antigo, transmitia uma sensação de actualidade e limpeza inesperadas. Os suspiros, bem esculpidos, de um design dulcíssimo, as bolachas de manteiga, espessas e polvilhadas de açúcar, as línguas de veado, acabadas de sair do forno, os pães de Deus, pães de leite e croissants, muito frescos, o pão, nas mais variadas formas e composições, deliciaram-me.
Encantada, como criança em loja de doces, recordei o sentimento antigo de que os bolos mais saborosos são os da padaria.
Propositadamente demorei-me na escolha e na encomenda. Permiti ao meu olhar e ao meu olfacto que se passeassem livremente pelo expositor de aço inoxidável (talvez daí viesse a inesperada sensação de limpeza…) enquanto dialogava com a vendedora sobre as características dos diversos tipos de pão expostos: as formas, as carcaças, as bolas, as baguetes, os pães de mistura…
Há tanto tempo a comprar pão embalado, no supermercado, esquecera-me até de como é uma padaria!
Finalmente, tudo escolhido, embrulhado e pago, a padeira deu meia volta, anunciando: “Esperem um momento! Vou colocar num saco”. E retirou de uma gaveta, com elegância, um saco alvo, translúcido, onde guardou o pão e os bolos.
Uma alegria genuína me tomou quando recebi a encomenda por sobre o balcão de vidro brilhante.
E, dando as mãos, saímos da padaria.
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Ilona Bastos
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