sábado, 23 de agosto de 2008




Gosto de fotografar flores minúsculas. De retratar o microcosmos magnífico das suas corolas, a preciosidade dos seus estames, a arquitectura sublime das suas pétalas. Nelas mergulho, socorrida da web cam, e amplio - até que meus humanos olhos se extasiem – o impressionante universo que é a flor – aquela pequena e aparentemente simples flor silvestre, escondida na margem do canteiro.



Surpreendentes, estas espertitas flores amarelas. Ainda há pouco tão vivas e atentas, abertas ao sol da manhã, e agora subitamente fechadas, adormecidas, negando-se à lente que para elas volto, inquisitiva…



Digam-me, digam-me que esta imagem não tem encanto! Direi que mentem. Como não admirar os traços, as dimensões, os tons desta flor que no fundo branco se estampa, como primorosa aguarela antiga! O realce das pétalas, nos seus sombreados e texturas incomparáveis! E a pincelada delicada, verde água! E o amarelo obscurecido dos estames! Como não admirar esta preciosidade! Como não exultar perante o seu brilho! Não, não me digam que esta imagem não tem encanto!


Perto das oito horas, inesperadamente, o sol começou a brilhar e, que delícia, logo um sorriso se instalou em mim. Grato presente, antes do anoitecer, após um dia chuvoso e nublado.

Ilona Bastos

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