sábado, 18 de outubro de 2008


A CHUVA


Este som, leve e metálico,
Da chuva que bate nos vidros,
Acaba por ser gentil…
Mesmo quando o seu toque se acelera,
Ou se retarda em singulares gotas,
Ou quando o vento sopra, em sonantes rajadas,
Ou, sonolento, se esparsa, quase se apaga,
Na inércia cinza da paisagem.

É fresca, esta chuva!
Como a ouço, talvez brejeira,
Não indelicada…
Deixou exultantes as flores vermelhas
Daquela exótica planta do jardim fronteiro,
De que não conheço o nome nem o apelido.
Garota, foge ao ritmo agora, insistente,
Esparrinha o tecto da marquise, desafiante…

As nuvens escuras avançam com rapidez!

Sente-se a chuva protegida, e precipita-se
Com violência implícita,
Tão distante da delicadeza inicial.
Rufia, já não soa a música,
Como anunciara à chegada,
Agreste, não poupa os tons, as linhas,
Os traços, as cores, os vultos
Desta cidade, que se afunda no temporal…


Ilona Bastos
Lisboa, 20 de Maio de 2007

1 comentário:

Anónimo disse...

Para rever os principais programas da TV e rádio aconselho a visita a este site:

http://tinyurl.com/programas

Directório de Programas de TV e Rádio na Internet de Portugal

E ainda os principais canais de notícias internacionais:
CNN, Sky News, BBC World, France 24, Rai 24 horas, Euronews