sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Pierre Benoit

"Tendo tirado à sorte as diversas partes da Terra, os deuses obtiveram, uns uma parte maior e outros uma parte mais pequena. Foi assim que Neptuno, tendo recebido como partilha a Atlântida, colocou os filhos que tivera com uma mortal numa parte da ilha."
"(...) - Deve compreender - continuou Le Mesge, mais calmo - o erro daqueles que, acreditando na Atlântida, quiseram explicar o cataclismo, em que a maravilhosa ilha se submergiu completamente. Todos acreditaram nisso. Mas a verdade é que não houve uma imersão. Pelo contrário, deu-se uma emersão. Novas terras emergiram do centro atlântico. Quer dizer, o deserto substituiu o mar."
"(...) Mas foi encontrada um mulher que pudesse restabelecer, em proveito do seu sexo, a grande lei hegeliana das hesitações. Separada do mundo ariano pela formidável precaução de Neptuno, ela atrai a si os homens mais novos e corajosos: O seu corpo é condescendente, mas a sua alma é inexorável. Desses jovens audaciosos, ela toma o mais que eles podem dar. Oferece-lhes o corpo, mas domina a sua alma. É a primeira soberana que jamais foi escrava, um só momento, do amor".
.
Pierre Benoit, A Atlântida, Editorial Minerva

Sem comentários: