quarta-feira, 29 de outubro de 2008


Ravissante...
.
O JARDIM
.
.
Ontem escrevi poemas
Nos canteiros do meu jardim.
Animada, afogueada, em alvoroço,
Abraçada a vasos, folhas e pétalas,
Inspirada ao aspirar o aroma silvestre
Das flores, das plantas, da seiva,
Declinei o lápis sedutor e o papel,
Tomei a terra, o ancinho e a colher,
Decidida, quebrei ressequidas ramagens,
Exaltada, daninhas ervas arranquei,
Ao solo me lancei, confiante, e mergulhei
Minhas mãos, na terra fértil e gentil.
Tirei pedras e raízes, desenhei linhas
De promissores bolbos, enterrados
Sob o húmus revolvido e alisado.
Sementes lancei, em métrica cuidada.
Azáleas rimei com admiráveis ciclamens.
Margaridas de fogosas vestes combinei
Com amarelos narcisos em sono recatado.
Confortei o cândido limoeiro e ergui, por fim,
Para o céu, o corpo cansado e feliz,
As faces coradas, o cabelo em desalinho,
Acompanhando a aragem e o sol alaranjado –
Chave de ouro de outonal entardecer –
No caminho luminoso do Poente.
,
,
Il
Ilona Bastos
Lisboa, 28 de Setembro de 2004

3 comentários:

Anónimo disse...

ADOREI A FLOR!!!!!!!!!
Terei que cá voltar para ler o poema com atenção, mas desde já venho exprimir a minha delicia ao entrar no blog e me deparar com a flor escolhida, intensa como a vida e luminosa como fogo!!!!

MJC

Maria Fonseca disse...

A FLOR ESTÁ LINDA E O POEMA É UM VERDADEIRO ENCANTO!!!!
PARABÉNS POR OFERTARES TANTA BELEZA A QUEM VISITA O TEU BLOGUE!!!!

Maria da Fonseca

Ilona Bastos disse...

Obrigadíssima pelas visitas! E pelas mensagens! A flor veio no ramo de Aniversário! Muitos beijos e votos de uma óptima semana!