quarta-feira, 22 de outubro de 2008



Os Balanços do Vendaval

Desfazem-se as árvores
No vendaval.
Folhas, galhos e ramos
Rebolam pela rua
Em abandono.

Trémulas, as folhas
Vibram desgovernadas,
E à nova rajada se debatem,
Agitam e voam.

As flores tilintam
As corolas coloridas,
Despenteadas, desfolhadas,
Desprotegidas.

Os humanos vultos inclinam-se,
Às roupas e ao corpo abraçados,
Cabelos em labareda,
Contra o vento.

E avança, plúmbeo, sobre a terra
O imenso manto das nuvens.

Ah! As minhas flores!
As que plantei com tamanha devoção!
Aguentarão os balanços do vendaval?


Ilona Bastos
Lisboa, 8 de Outubro de 2004

Sem comentários: