sábado, 20 de setembro de 2008

Seria talvez curioso indagar o motivo por que a minha atenção se detém, agora, nas coisas minúsculas. Por exemplo, porque se foca o meu olhar, deleitado, na sombra da árvore que no alcatrão se estampa e ali dança ao vento - recortadas as elipses dos ramos e das folhas, sobre as quais planam e vão poisar, amachucadas, levemente amareladas, as folhas, elas próprias, num estalido seco e arrastado…


Ainda o Outono não chegou, e já as folhas se espalham pela rua, voejantes.
Hoje debrucei-me, escolhi, apanhei uma série de folhas de diferentes formas e cores, e trouxe-as para fotografar.
Depositei-as em cima da secretária e deixei-as, para ir tratar do almoço.
Quando regressei, um cheiro a clorofila espraiava-se agradavelmente por todo o escritório.
E, a partir daí, foi o prazer de me dedicar às folhas, observá-las cuidadosamente, espiá-las, inquiri-las, surpreendê-las com a lente curiosa da máquina fotográfica.

.Ilona Bastos

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